Helena Toledo de Miranda Amaral
A ideia de se utilizar bandagem adesiva em terapia não é novidade. Nos anos 70, bandagens foram elaboradas para auxiliar na terapia quiropática. Inicialmente a bandagem foi desenvolvida para dar suporte e estabilidade a músculos e juntas durante a fase de recuperaçao de uma lesão.
Dr. Kase, quiropata japonês, desenvolveu a bandagem elástica kinesio que tem textura e elasticidade muito próximas à pele humana. Esta bandagem foi vista durante as olimpíadas e atualmente se tornou comum em academias e parques das cidades.
A bandagem kinesio é feita de acrílico e não possui nenhum componente medicamentoso. Através da ativação de receptores existentes na pele, a bandagem auxilia, na redução da sensação de dor, melhorara a circulação, além de dar apoio à muculatura, previndo lesões e evitando flexão maior do que a desejada.
Não somente no meio esportivo, a bandagem tem se difundido, e tem sido utilizada por terapeutas holísticos e fiseoterapeutas. Estes terapeutas referem que a bandagem é eficiente no alívio de dor, correção de postura, aumento na velocidade da recuperação, além de maior proteção contra uma lesão maior enquanto o paciente está em tratamento.
Terapeutas que trabalham com crianças e que começaram a utilizar a bandagem, referem que ela pode ser eficiente para pacientes que não compreendem bem uma instrução verbal, ou que ainda não compreendem que um exercício que gera desconforto pode, no futuro, benificiá-lo. Já existe no mercado, bandagens feitas especialmente para crianças.
No entanto, existem ainda poucas pesquisas quanto à eficácia do tratamento com bandagens elasticas. A maioria dos pesquisadores referem resultados positivos (Ribeiro, Rahal, Kokanj e Bittar, 2009; Cepeda, Fishweicher, Gleeson, Greenwood, 2008, Jaraczewska e Long, 2006; Martin e Yasukawa 2003) . Mas Footer (2006) referiu pouco ou nenhuma diferença entre o tratemento fisioterápico convencional e o tratamento acompanhado de bandagem, em crianças com paralisia cerebral, no que diz respeito a melhora da postura sentada.
O uso em terapia fonoaudiológica ainda é pouco explorado, mas há estudos de casos que demostram eficácia do uso da bandagem em terapia de alterações temporo mandibibulares (ATM), paralisia facial, apraxias, assimetrias faciais, hipotonia dos músculos da face, além de auxílio na reeducaçao da respiração. No entanto, os estudos científicos são escassos e o uso da fita em terapia fonoaudiológica ainda está em caráter experimental. Cepeda,Fishweicher, Gleeson e Greenwood ( 2008) referem melhora da hipotonia aplicada à musculatura abdominal. É provável que o mesmo ocorra na musculatura da face. Ribeiro, Rahal, Kokanj e Bittar, (2009) realizaram um estudo em crianças com paralisia cerebral que constatou melhora da deglutição e diminuição da sialorréia após tratamento com bandagem kinesio. Ainda são necessários maiores estudos, no entanto, a bandagem kinesio promete ser eficaz como terapia de apoio às práticas vigestes de terapia miofuncional.
Referências:
Cepeda, J., Fishweicher, A., Gleeson, M., Greenwood, S., & Motyka-Miller, C., (2008) Does Kinesio Taping of the Abdominal Muscles Improve the Supine to Sit Transition in Children with Hypotonia?
Footer, C.B. (2006). The effects of therapeutic taping on gross motor function in children with cerebral palsy. Pediatric Physical Therapy, 18, 245-252.
Jaraczewska, E., & Long, C., (2006) Kinesio Taping in Stroke: Improving Functional Use of the Upper Extremity in Hemiplegia. Stroke Rehabi: 13 (3): 31-42
Martin, T. & Yasukawa, A. (2003). Use of Kinesio Tape in Pediatrics to Improve Oral Motor Control.
Sites
Ryan’s Hope. www.espn.com
Moro em Catalão-Goiás e preciso da bandagem kinesio, pois meu filho de 3, 5 anos não fala e está sendo acompanhado por fonoaudiólogo, que prescreveu o uso desta bandagem.
Onde encontro a bandagem mais próximo? E qual o valor?